quinta-feira, 20 de março de 2014

Chafariz do Largo do Rato

Como disse ontem no sábado fui visitar o Aqueduto das Águas Livres de Lisboa, curiosamente não encontrei à venda nenhum postal com o Aqueduto mas trouxe dois postais com dois chafarizes de Lisboa, abastecidos pelo Reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras. O primeiro chafariz que apresento aqui é o do Largo do Rato, escolhi este por ter sido um local de passagem durante tempo e está tão escondido que quase não se dá por ele.


Construído entre 1753 e 1754, segundo risco de Carlos Mardel, a sua estrutura arquitectónica setecentista, de cenografia barroca, segue o esquema geral de outros chafarizes mardelianos. Em pedra lioz, trata-se um chafariz de espaldar (zona nobre do conjunto), encostado a um pano murário, surgindo decorado simetricamente, recorrendo a aletas, delimitado lateralmente por 2 pilastras rusticadas com lacrimais, rematado por um pequeno frontão triangular coroado por urnas e encimado por arco de volta perfeita, formando um nicho, gradeado a ferro e integrado na balaústrada do Palácio dos Duques de Palmela. A água corre em 2 níveis, um mais elevado, onde um tanque poligonal recebe água de 2 bicas destinadas a particulares e aguadeiros, e um tanque de proporções menores, ao nível térreo, utilizado para bebedouro dos animais. Este chafariz era alimentado por um encanamento especial, que saía directamente da Mãe de Água das Amoreiras. Implantado harmoniosamente na confluência da Rua do Salitre e da actual Rua da Escola Politécnica, o seu aspecto monumental e cenográfico foi esbatendo-se até aos nossos dias, passando, hoje, despercebida a sua importância como mobiliário urbano,perdido num canto do Largo do Rato.


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